Alcances Terapêuticos e Matriciais: Uma Experiência de Grupo de Saúde Mental na Atenção Básica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.4046

Palavras-chave:

Atenção básica, Saúde mental, Grupo, Matriciamento

Resumo

INTRODUÇÃO: A saúde mental ganha um outro lugar no sistema de cuidado integral à saúde a partir do SUS. A Atenção Básica passa a integrar a RAPS desde a Portaria 3.088, de 23 de dezembro de 2011, tornando-se corresponsável por este cuidado. Na prática essa mudança ocorre de forma progressiva e encontra barreiras, principalmente quanto a formação dos profissionais e alguns estigmas enraizados. Diante disso, destaca-se a importância de ações que visem promover a saúde mental neste contexto. OBJETIVO: Refletir acerca dos desafios e potencialidades da AB frente as demandas de SM e do matriciamento entre os profissionais de saúde, através do relato da experiência de um grupo de cuidado em SM, sob o ponto de vista de uma psicóloga da Residência Multiprofissional de Saúde da Família (FESF-Fiocruz). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência, de caráter qualitativo, sobre um grupo de cuidado em SM realizado em uma USF em Lauro de Freitas (BA). RESULTADOS E DISCUSSÕES: O grupo foi desenvolvido de forma interdisciplinar e com participação social. Visou ser terapêutico, abrindo-se para a escuta e fortalecimento de vínculos, além de ser um espaço de matriciamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A AB é um serviço fundamental na estruturação da RAPS, porém ainda está num processo de se reinventar neste papel. O grupo demonstra como pode ser um desafio ir além da lógica biomédica, se propor a superar estigmas, criar novas possibilidades de cuidado em saúde, e se permitir ser afetado pela experiência, mas também como pode ser transformador para a saúde mental e formação dos envolvidos

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Yanna Cangussu, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Salvador). Bahia, Brasil.

     Moebius.

Referências

Almeida, D. R., Soares, J. N. C., Dias, M. G., Rocha, F. C., Andrade Neto, G. R., & Andrade, D. L. B. (2020). O cuidado aos portadores de sofrimento mental na atenção primária: uma prática interdisciplinar e multiprofissional [La atención a las personas con sufrimiento mental en la atención primaria: una práctica interdisciplinaria y multiprofesional]. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, 12, 420-425. https://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v12.8388

Amarante, P. (Coord.). (1995). Loucos pela vida: trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil [Locos por la vida: la trayectoria de la reforma psiquiátrica en Brasil]. Fiocruz.

Angelini, C. R., & Caccia-Bava, M. C. G. G. (2015). “A gente sente que precisa e pode...”: os desafios para a inclusão da saúde mental na atenção básica ["Creemos que debemos y podemos...": los retos para la inclusión de la salud mental en la atención primaria]. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 10(36), 1-9. http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc10(36)1033

Bondía, J. L. (2002). Notas sobre a experiência e o saber de experiência [Notas sobre la experiencia y el conocimiento de la experiência]. Revista Brasileira de Educação, 10(19), 20-28. https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000100003

Cangussu, Y. E. S. (2020). Caminhando pela saúde da família e redescobrindo a saúde mental: memorial de uma psicóloga na Residência Multiprofissional em Saúde da Família [Caminando por la salud familiar y redescubriendo la salud mental: las memorias de un psicólogo en la Residencia Multiprofesional en Salud Familiar ] [monografia, Fundação Estatal Saúde da Família e Fundação Osvaldo Cruz]. ARCA: Repositório Institucional da Fiocruz. https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48496/2/TCR%20YANNA%20IMBIRU%C3%87U%202020.pdf

Chiaverini, D. H. (Org.). (2011). Guia prático de matriciamento em saúde [Guía práctica de matriciamento en salud]. Editora UERJ.

Gerhardt, T. E., & Silveira, D. T. (2009). Métodos de pesquisa [Métodos de investigación]. Plageder.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Censo Demográfico. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/lauro-de-freitas/panorama

Klein, A. P., & d’Oliveira, A. F. (2017). O “cabo de força” da assistência: Concepção e prática de psicólogos sobre o apoio matricial no núcleo de apoio à saúde da família [El "cable de energía" de la asistencia: concepto y práctica de los psicólogos sobre el apoyo matricial en el centro de apoyo a la salud familiar]. Cadernos de Saúde Pública, 33(1), e00158815. https://doi.org/10.1590/0102-311X00158815

Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. (2001). Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental [Prevé la protección y los derechos de las personas con trastornos mentales y reorienta el modelo de atención a la salud mental]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 abr. 2001.

Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005. (2005). Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude – CNJ e a Secretaria Nacional de Juventude; altera as Leis nº s 10.683, de 28 de maio de 2003, e 10.429, de 24 de abril de 2002; e dá outras providências [Establece el Programa Nacional de Inclusión Juvenil - ProJovem; crea el Consejo Nacional de la Juventud - CNJ y la Secretaría Nacional de la Juventud; modifica las Leyes nº 10.683, de 28 de mayo de 2003, y nº 10.429, de 24 de abril de 2002; y dicta otras disposiciones]. https://codigos.vlex.com.br/vid/lei-n-11-129-655387705

Luchmann, L. H. H., & Rodrigues, J. (2007). O Movimento Antimanicomial no Brasil [El movimiento antiimanicomial en Brasil]. Ciência & Saúde Coletiva, 12(2), 399-407. https://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000200016

Melo, E. A., Mendonça, M. H. M., Oliveira, J. R., & Andrade, G. C. L. (2018). Mudanças na política nacional de atenção básica: Entre retrocessos e desafios [Cambios en la política nacional de atención primaria: entre retrocesos y desafios]. Saúde em Debate, 42(spe1), 38-51. https://doi.org/10.1590/0103-11042018s103

Ministério da Saúde. (2012). Política Nacional de Atenção Básica [Política nacional de atención primaria]. Departamento de Atenção Básica, Secretaria de Atenção à Saúde.https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTE4OA==

Ministério da Saúde. (2013). Cadernos de atenção básica: Saúde mental [Cuadernos de atención primaria: salud mental]. Departamento de Atenção Básica, Secretaria de Atenção à Saúde. https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-36251

Ministério da Saúde. (2010). Cadernos HumanizaSUS [Cuadernos HumanizaSUS]. Secretaria de Atenção à Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf

Nascimento M. L., & Lemos F. C. S. (2020). A pesquisa-intervenção em psicologia: Os usos do diário de campo [Investigación-intervención en psicología: usos del diario de campo]. Barbarói: Revista do Departamento de Ciências Humanas, 57, 239-253. https://doi.org/10.17058/barbaroi.v0i57.14675

Nogueira, F. J. S., & Brito, F. M. G. (2017). Diálogos entre saúde mental e atenção básica: Relato de experiência do pet-saúde no município de Parnaíba-PI [Diálogos entre la salud mental y la atención primaria: Informe de la experiencia de salud de mascotas en el municipio de Parnaíba-PI]. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 12(2), 374-387. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?%20script=sci_arttext&pid=S1809-89082017000200010&lng=pt&nrm=isso

Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. (2008). Cria os núcleos de apoio à saúde da família – NASF [Crea los centros de apoyo a la salud familiar – NASF]. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html

Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. (2017). Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) [Aprueba la Política Nacional de Atención Primaria, estableciendo la revisión de las directrices para la organización de la Atención Primaria en el Sistema Único de Salud (SUS)]. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. (2011). Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) [Crea la Red de Atención Psicosocial para personas con sufrimiento o trastorno mental y necesidades derivadas del consumo de crack, alcohol y otras drogas, dentro del Sistema Único de Salud (SUS)]. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html

Ramos, P. F., & Pio, D. A. M. (2010). Construção de um projeto de cuidado em saúde mental na atenção básica [Construcción de un proyecto de atención a la salud mental en atención primaria]. Psicologia: Ciência e Profissão, 30(1), 212-223. https://doi.org/10.1590/S1414-98932010000100016

Reis, S., & Meneses, S. (12 de febrero, 2020). Novo financiamento da atenção básica: Possíveis impactos sobre o NASF-AB [Nueva financiación de la atención primaria: posibles repercusiones en la NASF-AB]. Centro Brasileiro de Estudos de Saúde. https://cebes.org.br/novo-financiamento-da-atencao-basica-impactos-sobre-o-nasf-ab/21242/

Reyner, G. (05 de agosto, 2019). Com 75% de cobertura na Atenção Básica, índice deve atingir 100% até final do ano em Lauro de Freitas [Con una cobertura del 75% en Atención Primaria, el índice debe alcanzar el 100% a finales de año en Lauro de Freitas]. https://www.laurodefreitas.ba.gov.br/2019/noticias/com-75-de-cobertura-na-atencao-basica-indice-deve-atingir-100-ate-final-do-ano-em-lauro-de-freitas/1246

Silva, A. F., Florencio, R. M. S., Queiroz, A. M., Santos, E. M., Carvalho, L. C., Pereira, A., & Lima, V. L. A. (2018). Acolhimento à pessoa em sofrimento mental na Atenção Básica [Acogida de personas con problemas mentales en Atención Basica]. Revista de Enfermagem UFPE Online, 12(9), 2459-2469. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i9a234705p2459-2469-2018

Silva, G., Iglesias, A., Dalbello-Araujo, M., & Badaró-Moreira, M. I. (2017). Práticas de cuidado integral às pessoas em sofrimento mental na atenção básica [Prácticas de atención integral a personas con problemas mentales en atención primaria]. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(2), 404-417. https://doi.org/10.1590/1982-3703001452015

Silva, M. M. S., Dias, M. S. A., Saraiva, M. J. G., Silva M. R. F., & Vasconcelos, M. I. O. (2015). A produção de tecnologias enquanto efetividade da residência multiprofissional em saúde da família [La producción de tecnologías como eficacia de la residencia multiprofesional en salud familiar]. In M. S. A. Dias, M. M. S. Silva, F. L. Souza, A. K. S. Gadelha, & E. A. S. Alves (Orgs.), Tecnologias leves em saúde: Saberes e práticas da residência multiprofissional na estratégia saúde da família (pp. 13-37). Rede UNIDA.

Silva, R. S., & Moraes, M. (2007). Musicoterapia e saúde mental: Relato de uma experimentação rizomática [Musicoterapia y salud mental: informe de un experimento rizomático]. Revista Psico (Porto Alegre), 38(2), 139-147. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-522149

Publicado

04.03.2022

Edição

Seção

Relatos de Experiência

Como Citar

Cangussu, Y. E. S., & Guedes, L. (2022). Alcances Terapêuticos e Matriciais: Uma Experiência de Grupo de Saúde Mental na Atenção Básica. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 11, e4046. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.4046

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>