Efeitos da dor experimental no desempenho dos músculos flexores do cotovelo após oito semanas de treinamento de força: um estudo piloto
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.2023.e5339Palavras-chave:
Dor Muscular, Exercício, Força Muscular, ReabilitaçãoResumo
INTRODUÇÃO: O treinamento de força tem sido recomendado na reabilitação clínica, bem como no condicionamento físico de atletas. Não é incomum, em ambos os casos, a presença de dor durante a prática; no entanto, até o momento, não há informação consensual em relação aos efeitos da dor muscular aguda nas adaptações ao treinamento de força. OBJETIVO: O objetivo deste estudo piloto foi avaliar os efeitos da dor induzida experimentalmente na adaptação da força muscular após um período de treinamento de 8 semanas. MÉTODO: O estudo incluiu cinco voluntários saudáveis do sexo masculino e não treinados. Os participantes foram submetidos a um protocolo de treinamento de força (3x/semana durante 8 semanas) para os músculos flexores do cotovelo. A dor muscular aguda foi induzida no início de cada sessão de treinamento, por meio de infusão intramuscular de 2,5 ml de solução salina hipertônica (6%) no ventre do músculo bíceps braquial. A força dinâmica máxima (1RM) e a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) foram medidas antes e após quatro e oito semanas de treinamento. RESULTADOS: A força dinâmica máxima aumentou, em média, 37,3% e 78,4% após quatro e oito semanas, respectivamente. Entretanto, pouca ou nenhuma diferença foi encontrada na CIVM (-1,7% e -3,0% após quatro e oito semanas, respectivamente). CONCLUSÃO: Após 24 sessões de treinamento de força, com dor muscular aguda induzida a cada sessão, voluntários saudáveis aumentaram sua capacidade de produzir força dinâmica máxima em mais de 75%; entretanto, a força isométrica apresentou apenas pequenas variações negativas.
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