Subvertendo Gênero: O Lugar da Não-binaridade Numa Análise Discursiva de Conteúdos Midiáticos
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v9i3.3132Palavras-chave:
Orientação sexual. Não Binaridade. Mídia.Resumo
As questões de gênero têm despontado inúmeras discussões ao longo da história nas diferentes sociedades. Na contemporaneidade, as diferentes designações de gênero encontradas, têm provocado a necessidade premente de pesquisas aprofundadas que compreendam o fenômeno e apontem intervenções ante a sua complexidade. Na presente pesquisa, buscou-se investigar a construção histórica e cultural das identidades de gênero, a partir das noções binárias de homem/mulher, pautadas nos estudos de Judith Butler (2013) e Michel Foucault (1988; 2009), construindo com isso questionamentos frente às representações sociais e aos modos de identificações e expressões sobre o tema. Traçou-se como objetivo compreender o lugar não-binário de identidade(s) de gênero a partir da análise de mídias virtuais, assim como analisar os discursos produzidos sobre esse lugar de identificação não-binária, além de apreender as dimensões políticas de representação dos discursos acerca da não-binaridade de gênero. Para tanto, utilizou-se uma metodologia de cunho qualitativo, a análise de discurso de Bardin (1977/1979), que viabilizou a apreensão de categorias teóricas das significações dos discursos acessados nas plataformas de blogs, acerca dos modos de compreensão da não-binaridade de gênero. Como resultados obtidos foram esboçadas duas categorias teóricas: 1. Significados não-binários de gênero: construções quanto aos termos descritivo e identitário; e 2. Ser “não-binário”: buscando definição para uma indefinição? Inferiu-se da investigação considerações relevantes sobre os posicionamentos discursivos quanto aos seus significados como termos e designações identitárias, quanto ao lugar de fala dos sujeitos, e quanto a uma dimensão ético e política necessária para a convivência entre os diferentes gêneros.