Cenários de restrição e formas de (r)existência no campo da saúde mental: um relato de experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v10i1.3303

Palavras-chave:

Inovação. Narrativa. Psicanálise - Instituições. Resistência. Saúde Mental.

Resumo

Este artigo tem como objetivo explorar os limites e possibilidades de atuação de um serviço ambulatorial público de saúde mental que possui um modelo assistencial e características organizacionais não previstos no desenho preconizado pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e que atravessava à época da pesquisa um (in)tenso cenário político, simultaneamente produto e produtor de um processo de precarização e sucateamento da rede de saúde municipal. Este fator foi disparador do levante à época, promovido pelo Fórum de Trabalhadores de Saúde Mental. Tem-se como base a construção e narrativa do cenário e das relações estabelecidas entres os atores que o compunham, tanto neste serviço, quanto na relação deste com outros dispositivos, a gestão e o fórum de trabalhadores, para conseguir expressar a articulação psicossocial existente e necessária. Além de traduzir/contar sobre o serviço e o trabalho realizado, estabelecendo pontes entre o individual/singular, o coletivo e o institucional. Realizou-se uma aposta metodológica com base na psicossociologia de base psicanalítica. Os principais resultados são quatro elementos emergentes de análise: processos grupais e intersubjetivos; vínculo e reconhecimento; crise e sofrimentos nas instituições; e criatividade. Forças destrutivas se manifestaram de forma contundente com a substituição em massa dos trabalhadores, a asfixia da rede pela falta de insumos / recursos gerais e pela dificuldade de parte dos trabalhadores criarem um lugar novo para si. Constatou-se que apesar do cenário, a singularidade do serviço permitiu a produção de práticas cuidadoras cuja pertinência de manutenção na rede deve ser melhor avaliada.

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Biografia do Autor

  • Joyce Brito Araújo
    Psicóloga, mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), especialista em Saúde Mental e Justiça pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista em Clínica Psicanalítica pelo IPUB/ UFRJ. Possui experiência na área de Ensino e de Saúde Mental. Na Saúde Mental atuou como psicóloga em ambulatório público de saúde mental, foi técnica de referência em Núcleo de Desinstitucionalização, Acompanhante Terapêutico num setor de internação masculina em Hospital Psiquiátrico e atuou como psicóloga clínica em ambulatório social e clínica particular. Na área da educação realizou atividade de supervisão clínica na pós graduação do Centro Universitário IBMR, ocupou a função de professora e assessora acadêmica nos preparatórios para residências multiprofissionais em saúde mental no Estudo Dirigido Psi e foi professora substituta na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, atuando como preceptora no internato de saúde mental do curso de medicina e como docente na grade curricular obrigatória do curso.
  • Marilene de Castilho Sá
    Pesquisadora Titular e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Publicado

27.01.2021

Edição

Seção

Relatos de Experiência

Como Citar

Araújo, J. B., & Sá, M. de C. (2021). Cenários de restrição e formas de (r)existência no campo da saúde mental: um relato de experiência. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 10(1), 141-157. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v10i1.3303

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