Entre destruição e subversão: o suicídio como resposta ao trauma
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e4549Palavras-chave:
Suicídio, Pulsão de Morte, Trauma psíquicoResumo
INTRODUÇÃO: O suicídio consiste em um fenômeno complexo que integra em si as diversas relações entre a vida e a morte e que, apesar dos grandes avanços científicos, continua predominantemente obscuro e enigmático ao campo científico. Os diversos modos e significados assumidos pelo comportamento suicida são fortemente influenciados por ambos os aspectos subjetivos e coletivos do contexto psicossocial em que se manifesta. Entretanto, mesmo sendo considerado um problema de saúde pública de extrema urgência e relevância social, o suicídio ainda é frequentemente tratado pela sociedade de forma reducionista e permeada por tabus e crenças problemáticas. OBJETIVO: Investigar, a partir das obras de Sigmund Freud e Sándor Ferenczi, as possibilidades de ressignificação do suicídio em decorrência do trauma psíquico, tendo como principal guia as ações e efeitos da pulsão de morte neste processo. MÉTODO: Trata-se de um estudo teórico de caráter exploratório e baseado na análise da literatura psicanalítica clássica acerca do tema. RESULTADOS: Identificou-se como principal resultado que, quando contextualizado ao cenário traumático, o suicídio pode tornar-se o último recurso de proteção contra as forças externas destrutivas. Neste sentido, ao empregar as potências da pulsão de morte objetivando a preservação do sujeito, o suicídio configura-se como principal símbolo da insubordinação frente ao trauma. CONCLUSÃO: A pulsão de morte consiste em um dos principais meios pelos quais fenômenos como o suicídio podem ser repensados e ressignificados em sua relação com as diversas esferas das vivências humanas, em especial, o trauma psíquico.
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