Uma análise documental do atendimento psicológico das vítimas de violência sexual infantil no pronto socorro
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e5213Palavras-chave:
Violência, Sexual, Urgência, HospitalResumo
INTRODUÇÃO: O Hospital Odilon Behrens é um dos hospitais de referência que atende Vítimas de Violência Sexual (VVS) em Belo Horizonte nas primeiras 72 horas após a ocorrência da violência. OBJETIVO: Identificar os sinais e sintomas desenvolvidos após a violência sexual assim como os diversos fatores contextuais que devem ser considerados para compreender o impacto da violência sofrida no sujeito no atendimento no pronto socorro de um hospital de referência. MÉTODOS: Foi realizada uma análise de dados qualitativos coletados a partir de 187 relatórios realizados de todos os pacientes que foram atendidos pela equipe de psicologia no Pronto Socorro e que foram consequentemente encaminhados ao Conselho Tutelar, considerando os pacientes de sexo masculino e feminino com idade inferior a 18 anos que foram atendidos no período de janeiro a dezembro do ano 2021. RESULTADOS: 79,8% dos casos eram do sexo feminino, 38,4% entre os 6 a 12 anos, o tipo de revelação sexual mais incidente foi a detecção acidental, os sinais de violência sexual mais frequentes foram os sinais físicos seguido de sinais emocionais. DISCUSSÃO: Foi percebido que a incidência de violência sexual é subnotificada e que há um grande desconhecimento do fluxo de atendimento dos diversos dispositivos da rede. CONCLUSÃO: Não foi possível um único quadro psicopatológico ou sintomatologia característica para todos os casos de violência sexual, sublinhando a relevância da análise da subjetividade do sujeito e dos fatores contextuais no atendimento à vítima de violência sexual.
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