Uso excessivo de telas em crianças com TEA: percepções de uma equipe multiprofissional em clínica privada no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2025.e6404Palavras-chave:
Desenvolvimento Infantil, Impactos do Uso de Tecnologia, Transtorno do Espectro AutistaResumo
INTRODUÇÃO: O uso excessivo de telas na primeira infância tem sido associado a prejuízos no desenvolvimento, o que demanda evidências situadas sobre crianças com TEA. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo compreender, a partir das percepções de profissionais de saúde de uma clínica privada, os impactos do uso excessivo de telas no desenvolvimento de crianças diagnosticadas com TEA. MÉTODO: Metodologicamente, trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, realizado com nove profissionais das áreas de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. Os dados foram coletados via questionário on-line (composto por dados sociodemográficos; questões abertas e fechadas sobre a temática da pesquisa em escala Likert) e submetidos à Análise de Conteúdo Categorial. RESULTADOS: Emergiram três eixos: (1) características do TEA e necessidades de suporte; (2) benefícios versus prejuízos das telas; (3) (des)atenção e cuidado familiar. Os participantes relataram prejuízos associados ao uso excessivo de telas em contato visual, linguagem/comunicação, interação social, regulação emocional, além de sobrecarga sensorial e efeitos motores (sedentarismo/posturas). Embora os prejuízos predominem, os profissionais também reconheceram potenciais benefícios quando o uso das telas é mediado e orientado, como no caso de recursos de Comunicação Aumentativa e Alternativa. Destacaram, ainda, a dependência de telas em parte das crianças e a centralidade da orientação parental contínua. CONCLUSÃO: Na percepção da equipe, o uso excessivo de telas pode acentuar dificuldades nucleares do TEA, reforçando a necessidade de mediação adulta, planos interdisciplinares e diretrizes claras às famílias. Recomenda-se articular manejo clínico e educação em saúde com orientação parental baseada em evidências para reduzir riscos e qualificar o uso de tecnologias digitais da informação e comunicação.
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