Análise do desenvolvimento neuropsicomotor de pré-termos em ambulatório multidisciplinar: um olhar da fisioterapia
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v11i1.3378Palavras-chave:
Recém-Nascido Prematuro. Fisioterapia. Desenvolvimento infantil. Estimulação precoce.Resumo
INTRODUÇÃO: Desde a gestação até o nascimento o desenvolvimento neuropsicomotor é influenciado por diversos fatores biopsicossociais. Tal influência pode ser ainda mais acentuada em recém-nascidos pré-termo devido a internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, por isto bebês pré-termos estão mais susceptíveis a essas influências. OBJETIVO: Analisar sob a ótica do fisioterapeuta o desenvolvimento neuropsicomotor de pré-termos em ambulatório multidisciplinar de um hospital público. METODOLOGIA: Estudo observacional e longitudinal, ambispectivo, de 19 crianças nascidas prematuras de 0 a 12 meses de idade corrigida, sendo critério de exclusão crianças com alterações cognitivas e/ou genéticas ou não terem assinado o termo de consentimento. Os dados foram coletados por meio da análise de prontuários entre agosto de 2017 e dezembro de 2018, o desenvolvimento avaliado por meio do Teste Triagem Denver II , em dois momentos: A1 e A2, em sua admissão e retorno ao serviço após a alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e para análise da relação entre mãe e bebê foi utilizada a Avaliação Vínculo Mãe/filho apenas em A1. As estimulações eram realizadas por meio de orientações e folder educativo para os pais e responsáveis. Os dados foram analisados, por meio de média, desvio-padrão, frequência absoluta e relativa, mediana, minimo e máximo e Teste de Wilcoxon para os domínios do Teste Denver II A1 em comparação a A2, utilizando o programa SPSS versão 20.0. RESULTADOS: Foram acompanhadas 19 crianças, destas 79% foram classificadas com desenvolvimento normal no A1. As crianças que apresentaram déficits no A1 (10,5%), superaram no A2. Porém, no segundo atendimento, algumas passaram a apresentar dificuldade em novas tarefas/domínio (motor, motor fino e pessoal-social), de modo que 31,5% apresentaram desenvolvimento geral anormal em A2. Foi encontrada diferença significativa (p=0,02) ao comparar as classificações gerais de Denver II nos dois momentos de avaliação. O vínculo mãe-filho foi classificado como fraco (média de 5,8 pontos). CONCLUSÃO: Observou-se que os bebês superaram os atrasos identificados na primeira avaliação, embora os resultados no Denver tiveram variações ao longo do tempo. Dessa forma, acredita-se que o perfil familiar identificado nesta pesquisa somada a abordagem multiprofissional possa ter favorecido o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês prematuros com até 12 meses de idade corrigida.