A SITUAÇÃO DO PARTO DOMICILIAR NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v1i1.38Palavras-chave:
Parto domiciliar, Parto natural, Assistência ao partoResumo
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória, de abordagem qualitativa, que tem por objetivo descrever a situação em que ocorrem os partos domiciliares no Brasil. Entre o século XVI e o século XVIII os partos eram realizados em casa, de maneira não intervencionista, assistidos por parteiras, que desenvolviam suas práticas com base em um saber empírico transmitido de geração a geração. Com o advento do capitalismo, a medicina adquiriu um papel relevante devido à necessidade de controle das forças produtivas, levando aumento do interesse médico pela reprodução, o que acarretou a incorporação da obstetrícia à medicina e, posteriormente, a um gradativo processo de medicalização e institucionalização do parto, sob a justificativa do suposto potencial patológico deste evento. Entretanto, apesar da hegemonia do modelo hospitalocêntrico-tecnocrático consolidado a partir do século XX, muitos vêm sendo os nichos de resistência que buscam humanizar o nascimento e resgatá-lo enquanto um evento fisiológico. Diante de uma realidade desanimadora e recorrente de violência institucional e de práticas e condições desumanizadas, o parto domiciliar vem se apresentando como opção para mulheres que buscam realizar um parto mais natural e independente das rotinas e normas das instituições hospitalares. Os resultados deste estudo são apresentados de forma dissertativo-discursiva, buscando localizar o parto domiciliar enquanto prática cultural de comunidades com dificuldades de acesso aos serviços de saúde e enquanto uma alternativa ao modelo institucional. Constatou-se que, sob a perspectiva socioeconômica, existem condições distintas que caracterizam a ocorrência do parto domiciliar no Brasil.