Além do estigma: um olhar sensível sobre as vidas de mulheres na prostituição
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2025.e5929Palavras-chave:
Mulheres, Prostitutas, Sexo, Trabalho, Promoção SocialResumo
INTRODUÇÃO: A prostituição é cercada por complexidades sociais e históricas, com foco no estigma e na marginalização das mulheres que a exercem. Ao longo da história, as atitudes sociais moldaram a visão sobre essas mulheres. OBJETIVO: Enunciar as sensações ante a história de vida de garotas de programas que estão no contexto da prostituição em casas de encontros. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória e histórica. Utilizando de roda de conversa, em que participaram sete mulheres de uma casa de encontros no Alto Paranaíba, Minas Gerais, que foram entrevistadas. Tendo como pergunta disparadora: como as histórias de vida de mulheres que atuam como garotas de programa em casas de encontros refletem suas percepções? A coleta de dados foi analisada com base na Análise da Conversação e na análise de conteúdo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As participantes compartilharam suas experiências de vida, as motivações para entrarem na prostituição e os desafios que enfrentam no dia a dia, apontando que as motivações para a prostituição são econômicas, associadas à falta de opções de trabalho e à necessidade de sustento familiar. As mulheres também relataram experiências traumáticas, como abuso e expulsão de casa. A pesquisa destaca como o estigma social afeta profundamente a autoestima e a visão que elas têm de seus corpos, muitas vezes objetificados. Mesmo assim, as mulheres demonstram resiliência e aspiram a uma vida melhor para si e suas famílias. CONCLUSÃO: O estudo reforça a necessidade de uma abordagem mais empática e compreensiva em relação às mulheres na prostituição. Embora enfrentem estigmas e marginalização, essas mulheres possuem histórias complexas, e seus relatos revelam uma luta por sobrevivência e dignidade.
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