A (dis)função do diagnóstico: uma leitura psicanalítica sobre o DSM

Autores

  • Mariana Martins Fernandes Centro Universitário FG - UNIFG (Guanambi). Bahia, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-3954-5270
  • Beatriz de Souza Silva Universidade Federal de São João del-Rei (São João del-Rei), Centro Universitário FG - UNIFG (Guanambi). Minas Gerais, Bahia, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1002-5976
  • Rogério de Andrade Barros Universidade Estadual de Feira de Santana (Feira de Santana). Bahia, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4401-7387

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e4136

Palavras-chave:

Psicanálise, Diagnóstico, Psicopatologia, DSM

Resumo

INTRODUÇÃO: Partindo da interrogação sobre a função do diagnóstico, reconstrói-se um panorama histórico sobre o diagnóstico para a psiquiatria e os (des)enlaces com a psicanálise. OBJETIVO: Examinar os compromissos e as diferenças do diagnóstico para os diferentes campos. METODOLOGIA: O presente artigo teve como orientação de pesquisa o que Canguilhem (1975) define como trabalho de conceito. A partir de uma epistemologia específica, essa posição baseia-se no princípio de que é preciso partir de uma articulação conceitual para se falar de um fenômeno. Assim, foi realizado um percurso exploratório sobre o diagnóstico para o campo da psiquiatria e da psicanálise. RESULTADOS: A eliminação do aspecto subjetivo como critério elementar para realizar a avaliação diagnóstica a partir da terceira versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) demarca uma ruptura irreparável com a psicanálise, uma vez que nega aquilo que lhe é mais caro. Se o objeto da psiquiatria é o fenômeno observável, a psicanálise se volta para a escuta das ranhuras, ponto opaco em que a nomeação generalista não dá conta de apaziguar a angústia. Isso não requer a negação dos sintomas observáveis, tendo em vista que é possível se servir deles sem, no entanto, reduzir a escuta clínica à mera classificação fenomenológica. CONCLUSÃO: A aposta na singularidade da construção sintomática é o que permite a emergência da subjetividade, negligenciada na universalização diagnóstica contemporânea.

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Publicado

26.07.2022

Edição

Seção

Estudos Teóricos

Como Citar

Fernandes, M. M., Silva, B. de S., & Barros , R. de A. (2022). A (dis)função do diagnóstico: uma leitura psicanalítica sobre o DSM. Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 11, e4136. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e4136