INCIDÊNCIA E IMPACTO CLÍNICO DA FALHA DE EXTUBAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v6i2.808Palavras-chave:
Ventilação mecânica, Desmame do respirador, Extubação, Unidades de Terapia IntensivaResumo
Objetivo: Determinar a incidência e o impacto clínico da falha de extubação em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, realizado no período de julho de 2010 a dezembro de 2012, com pacientes extubados após tolerarem teste de respiração espontânea. Os pacientes foram divididos em dois grupos: sucesso e falha de extubação. Sendo definida falha de extubação a necessidade de reintubação dentro de 48h após extubação. Resultados: a análise foi composta por 116 pacientes, com idade média de 68,1 ± 16,2 anos, sendo 52,6% do sexo
masculino. A incidência de falha de extubação foi 32,8%. A mediana do tempo de ventilação mecânica foi de 4 (3 – 6) dias. Os pacientes que tiveram falha de extubação apresentaram piores desfechos clínicos. A mortalidade na UTI foi, respectivamente, de 57,9% e 32,1% nos pacientes com falência e com sucesso de extubação (p=0,007). A mortalidade hospitalar foi mais frequente no grupo de falha de extubação (71,1% vs. 39%; p<0,001). A realização de traqueostomia foi significativamente maior nos pacientes com falha do que naqueles com sucesso da extubação (34,2% vs. 12,8%; p=0,008). Os pacientes que falharam extubação utilizaram mais suporte ventilatório não invasivo, 44% vs. 9%; p<0,001. Conclusão: A incidência de falha de extubação foi superior ao valor apontado pela literatura como aceitável. Os pacientes que falharam na extubação necessitaram de maior número de traqueostomias, apresentaram mais complicações pulmonares, permaneceram mais tempo internados na UTI, assim como, maior mortalidade na UTI e hospitalar.