Percepções dos cuidadores sobre o acesso a serviços ambulatoriais especializados para crianças nascidas de mães diagnosticadas com COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.2025.e6209Palavras-chave:
COVID-19, Desenvolvimento Infantil, Assistência Ambulatorial, Insegurança Alimentar, Exposição à ViolênciaResumo
INTRODUÇÃO: Crianças nascidas de mães diagnosticadas com COVID-19 gestacional podem enfrentar desafios no desenvolvimento que requerem cuidados multidisciplinares. OBJETIVO: Compreender o acesso a serviços ambulatoriais especializados por crianças nascidas de gestantes diagnosticadas com COVID-19 e avaliar seu desenvolvimento e contexto familiar. MÉTODOS: Estudo transversal, de métodos mistos, com crianças de ambos os sexos, entre 2 e 3 anos, nascidas de mães diagnosticadas com COVID-19 na gestação. A Etapa 1 consistiu na triagem para risco de atraso no desenvolvimento no primeiro ano de vida, utilizando a versão brasileira do Survey of Wellbeing of Young Children. A Etapa 2, conduzida dois anos depois, incluiu entrevistas telefônicas semiestruturadas com cuidadores sobre acesso a serviços especializados e desenvolvimento infantil. A análise quantitativa reuniu dados das duas etapas, enquanto a qualitativa focou nas respostas da Etapa 2. Foram realizadas estatísticas descritivas no SPSS 20.0, e os dados qualitativos foram analisados tematicamente. RESULTADOS: Das 14 crianças incluídas, seis foram identificadas em risco de atraso no desenvolvimento na Etapa 1, das quais duas acessaram serviços ambulatoriais especializados. Na Etapa 2, oito cuidadores relataram preocupações com atrasos em marcos do desenvolvimento, sendo metade já identificada em risco na Etapa 1. Dessas, duas foram encaminhadas para acompanhamento ambulatorial. Quanto ao contexto familiar na Etapa 2, quase metade das crianças apresentava risco de insegurança alimentar e alguns cuidadores relataram necessidade de apoio psicológico e experiências de violência familiar. CONCLUSÃO: As percepções dos cuidadores evidenciam acesso limitado a serviços ambulatoriais e um contexto familiar complexo, marcado por insegurança alimentar e violência.
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