Avaliação da independência funcional e da qualidade de vida após a alta da unidade de terapia intensiva: um estudo do coorte prospectivo
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.2022.e4189Palavras-chave:
Funcionalidade, Unidade de Terapia Intensiva, Qualidade de Vida, FisioterapiaResumo
INTRODUÇÃO: Os pacientes criticamente doentes podem sofrer alterações funcionais, sociais e mentais, incluindo deficiência de conhecimento, memória e concentração após a admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) e alta hospitalar. Apesar do conhecimento sobre o impacto da internação hospitalar na funcionalidade e qualidade de vida, ainda há pouco reconhecimento na literatura sobre este impacto a longo prazo. OBJETIVO: Verificar a independência funcional e a qualidade de vida (QOL) em pacientes acima de 1 ano após a alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). MÉTODOS: Este é um estudo de coorte prospectivo, foram admitidos na UTI e sob ventilação mecânica por mais de 48 horas, até 24 horas após a alta da UTI, acima de 18 anos de idade, de ambos os sexos e que concordaram em participar do estudo. Foram excluídos aqueles com sequelas neurológicas e traumas recorrentes que impossibilitavam a avaliação funcional. As variáveis independência funcional (Medida de Independência Funcional - FIM) e QOL foram medidas utilizando o questionário do formulário curto 36 (SF-36) no momento da alta da UTI (período I), 30 dias (período II), e 1 ano após (período III). RESULTADOS: 33 pacientes foram incluídos no estudo com uma idade média de 49,13±16,3 anos, e a principal causa de hospitalização foi distúrbios neurológicos, dos quais 5(14,70%) morreram, e dois não completaram as avaliações, resultando em um total de 26 pacientes avaliados 1 ano após a alta. A duração da internação na UTI (dias) foi de 16 (7 - 22) e o tempo de ventilação mecânica (dias) foi de 8,5 (2 - 13). Dez pacientes lá foram diagnosticados com sepse. Foram encontrados os seguintes valores nesses três momentos para as variáveis IF (I-51 [47-64,5]; II-80[59,5-108]; III-104[82,8-123]) e QOL(I-67,4[57,3-81,1]; II-80,2[70,1-99,2]; III-93,5[88,5-96,5]). A independência funcional e QOL aumentou significativamente entre os momentos II e III, em comparação com os momentos I (p <0,05), sem diferença na comparação do período II em relação ao III. CONCLUSÃO: Os pacientes recuperam sua funcionalidade e qualidade de vida após trinta dias de alta da UTI. Entretanto, a funcionalidade e a qualidade de vida deste paciente não mudam após 1 ano de alta da UTI em relação ao período de 30 dias após a alta da UTI.
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