Avaliação do impacto das abordagens bottom-up e top-down nas atividades da vida diária em pessoas com neglect – revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v10i4.3323Palavras-chave:
Autonegligência. Transtornos de Perceção. Atividades quotidianas. Reabilitação.Resumo
INTRODUÇÃO: Atualmente não existe um consenso entre quais as caraterísticas das abordagens (bottom-up ou top-down) mais eficazes na reabilitação das Atividades da Vida Diária (AVDs) em pessoas com Síndrome de Neglect (SN). OBJETIVO: Caracterizar as abordagens (bottom-up ou top-down) e o seu impacto nas AVDs em adultos e idosos com SN. MÉTODOS: Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com a recomendação PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed, Web of Science, PEDro e Cochrane. Foram considerados estudos experimentais em que pelo menos uma técnica das abordagens bottom-up e top-down fosse utilizada. A ferramenta Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for RCTs foi utilizada para avaliar a qualidade metodológica dos estudos. Foi usada a seguinte combinação de palavras chave: Neglect Syndrome OR Unilateral Syndrome OR Neglect (…) AND Activities of Daily Living OR Daily (…) AND Treatment OR Intervention OR Technique (…). RESULTADOS: Foram incluídos 16 estudos, dos quais 9 incluem técnicas de abordagem bottom-up, 6 incluem técnicas de abordagem top-down e 1 artigo inclui técnicas das duas abordagens. As técnicas da abordagem bottom-up que aumentaram a independência nas AVDs foram Visuomotor Feedback Training, Smooth Pursuit Eye Movement Training e a combinação de Eye Patching com Constraint-induced Therapy. Na abordagem top-down as técnicas com os mesmos resultados foram Visual Scanning, Mental Practice, Continuous Theta Burst Stimulation e Transcranial Direct Current Stimulation. CONCLUSÃO: As abordagens bottom-up e top-down aumentam a independência nas AVDs e cada uma contém técnicas com significativo impacto positivo, como Visuomotor Feedback Training e Continuous Theta Burst Stimulation. O presente trabalho permitiu uma análise crítica à classificação das abordagens em bottom-up e top-down, uma vez que não são sensíveis à distinção dos mecanismos de reabilitação envolvidos.