Restrição física como fator associado à ocorrência de delirium em pacientes críticos: revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.2025.e5930Palavras-chave:
Delirium, Restrição Física, Fatores de RiscoResumo
OBJETIVO: Analisar a produção científica sobre a restrição física como fator associado à ocorrência de delirium em pacientes críticos. MÉTODO: Revisão integrativa com artigos publicados entre os anos de 2009 e 2021. A coleta de dados foi efetuada nas bases de dados PUBMED, CINAHL, LILACS, Web of Science e PsychINFO. Foram incluídos artigos disponíveis em texto completo e em que o delirium foi monitorizado através de instrumentos validados, sem restrição de idioma ou ano de publicação. RESULTADOS: Oito artigos atenderam aos critérios de elegibilidade. Todos os estudos mostram haver relação entre o uso de restrição física e o desenvolvimento do delirium. A frequência de delirium nos pacientes em uso de restrição física variou de 38% a 79,6%, com odds ratio variando de 4,16 (IC 95% 2,37-7,29) a 33,84 (IC 95% 11,19-102,36). Dois estudos avaliaram os espectros motores do delirium, sendo que em um deles o hiperativo teve uma maior ocorrência com 36,4%, enquanto no outro o hipoativo teve uma maior ocorrência com 50%. Um estudo evidenciou que a localização da restrição nos punhos foi a mais utilizada (95% dos pacientes). Os estudos incluídos não avaliaram a duração de uso, número e localização da restrição física e a sua associação com a ocorrência, severidade, subtipos e duração do delirium. CONCLUSÃO: os resultados sugerem que a restrição física se configura como fator associado à ocorrência de delirium em pacientes críticos.
Downloads
Referências
(1) Sena TL, Massote B de B, Cótica LFA, Carvalho LASM de, Cunha TMF. Delirium - uma revisão abrangente sobre a epidemiologia, etiologia, fatores de risco, diagnóstico, estratégias de prevenção e manejo. Braz. J. Hea. Rev. 2024;7(4):e71698. https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-195
(2) American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. Porto Alegre: Artmed; 2023.
(3) Pinheiro FGMS, Santos ES, Barreto DC, Weiss C, Oliveira JC, Vaez AC, et al. Prevalência e fatores de risco associados ao delirium em unidade de terapia intensiva. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE00646. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO006466
(4) Salluh JIF, Wang H, Schneider EB, Nagaraja N, Yenokyan G, Damluji A, et al. Outcome of delirium in critically ill patients: systematic review and meta-analysis. BMJ. 2015;350:h2538. https://doi.org/10.1136/bmj.h2538
(5) Krewulak KD, Stelfox HT, Leigh JP, Ely EW, Fiest K. Incidence and Prevalence of Delirium Subtypes in an Adult ICU: A Systematic Review and Meta-Analysis. Critical Care Medicine. 2018;46(12):2029-2035. https://doi.org/10.1097/ccm.0000000000003402
(6) Van Rompaey B, Elseviers MM, Schuurmans MJ, Shortridge BLM, Truijen S, Bossaert L. Risk factors for delirium in intensive care patients: a prospective cohort study. Crit Care. 2009;13(3):R77. https://doi.org/10.1186/cc7892.
(7) Santos GF, Oliveira EG, Souza RCS. Good practices for physical restraint in intensive care units: integrative review. Rev Bras Enferm. 2021;74(3):e20201166. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1166
(8) Luk, E, Sneyers, B, Rose, L. Predictors of physical restraint use in Canadian intensive care units. Crit Care. 2014;18:R46. https://doi.org/10.1186/cc13789
(9) Van DKAW, Peelen LM, Raijmakers RJ, Vroegop RL, Bakker DF, Tekatli H, et al. Use of physical restraints in Dutch intensive care units: a prospective multicenter study. Am J Crit Care. 2015;24(6):488-95. https://doi.org/10.4037/ajcc2015348
(10) Souza LMS. Mechanical restraint in the hospital environment: a cross-sectional study. [Internet]. Niterói: Escola de Enfermagem da Universidade Federal Fluminense; 2018. Available from: https://app.uff.br/riuff/handle/1/7240
(11) Resolução COFEN nº 427/2012, de 08 de maio de 2012. Dispõe sobre a sistematização da assistência de Enfermagem e a implementação do processo de Enfermagem em ambientes públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. [Internet]. COFEN. 2012. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=241122.
(12) Devlin JW, Skrobik Y, Gélinas C, Needham DM, Slooter AJC, Pandharipande PP, et al. Clinical Practice Guidelines for the Prevention and Management of Pain, Agitation/Sedation, Delirium, Immobility, and Sleep Disruption in Adult Patients in the ICU. Crit Care Med. 2018;46(9):825-873. https://doi.org/10.1097/ccm.0000000000003299
(13) Sousa MNA, Bezerra ALD, Egypto IAS. Trilhando o caminho do conhecimento: o método de revisão integrativa para análise e síntese da literatura científica. OLEL. 2023, 21(10):18448-83. https://doi.org/10.55905/oelv21n10-212
(14) Ministério da Saúde (Brasil). Diretrizes metodológicas: Elaboração de Revisão Sistemática e Metanálise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognóstico. [Internet]. Brasília: MS; 2014. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_fatores_risco_prognostico.pdf
(15) Montagna E, Zaia V, Laporta GZ. Adoption of protocols to improve quality of medical research. einstein (São Paulo). 2019;18:eED5316. https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2020ED5316
(16) Conselho Nacional de Saúde (Brasil). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
(17) Kwizera A, Nakibuuka J, Ssemogerere L, Sendikadiwa C, Obua D, Kizito S, et al. Incidence and Risk Factors for Delirium among Mechanically Ventilated Patients in an African Intensive Care Setting: An Observational Multicenter Study. Crit Care Res Pract. 2015;2015(1):491780. https://doi.org/10.1155/2015/491780
(18) Limpawattana P, Panitchote A, Tangvoraphonkchai K, Suebsoh N, Eamma W, Chanthonglarng B, et al. Delirium in critical care: a study of incidence, prevalence, and associated factors in the tertiary care hospital of older Thai adults. Aging Ment Health. 2016;20(1):74-80. https://doi.org/10.1080/13607863.2015.1035695
(19) Kawai Y, Hamamoto M, Miura A, Yamaguchi M, Masuda Y, Iwata M, et al. Prevalence of and factors associated with physical restraint use in the intensive care unit: a multicenter prospective observational study in Japan. Intern Emerg Med. 2022;17(1):37-42. https://doi.org/10.1007/s11739-021-02737-5
(20) Lago MS, Faustino TN, Mercês MC, Silva DS, Cruz Pessoa LS, Santos Oliveira MT. Delirium e fatores associados em unidades de terapia intensiva: estudo piloto de coorte. Rev Enf Contemp. 2020;9(1):16-23. https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v9i1.2501
(21) Bryczkowski SB, Lopreiato MC, Yonclas PP, Sacca JJ, Mosenthal AC. Risk factors for delirium in older trauma patients admitted to the surgical intensive care unit. J Trauma Acute Care Surg. 2014;77(6):944-51. https://doi.org/10.1097/ta.0000000000000427
(22) Li X, Zhang L, Gong F, Ai Y. Incidence and Risk Factors for Delirium in Older Patients Following Intensive Care Unit Admission: A Prospective Observational Study. J Nurs Res. 2020;28(4):e101. https://doi.org/10.1097/jnr.0000000000000384
(23) Duceppe MA, Williamson DR, Elliott A, Para M, Poirier MC, Delisle MS, et al. Modifiable Risk Factors for Delirium in Critically Ill Trauma Patients: A Multicenter Prospective Study. J Intensive Care Med. 2019;34(4):330-336. https://doi.org/10.1177/0885066617698646
(24) Pisani MA, Murphy TE, Araujo KL, Van Ness PH. Factors associated with persistent delirium after intensive care unit admission in an older medical patient population. J Crit Care. 2010;25(3):540.e1-7. https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2010.02.009
(25) Barcellos RA, Zanon A, Castilhos TC, Candaten AE, Báo ACP. Prevalence of delirium in adult intensive therapy. RSD. 2020;9(8):e165985431. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5431
(26) Marra A, Ely EW, Pandharipande PP, Patel MB. The ABCDEF Bundle in Critical Care. Crit Care Clin. 2017;33(2):225-243. https://doi.org/10.1016/j.ccc.2016.12.005
(27) Souza LMS, Santana RF, Capeletto CSG, Menezes AK, Delvalle R. Factors associated with mechanical restraint in the hospital environment: a cross-sectional study. Rev esc enferm USP. 2019;53:e03473. https://doi.org/10.1590/s1980-220x2018007303473
(28) Silva KC, Paes MC, Brusamarello T. Caracterização da restrição física de pacientes em unidades de cuidados intensivos de hospital geral. Enferm. Foco. 2020;11(4):167-173. https://doi.org/10.21675/2357-707X.2020.v11.n3.3239
(29) Santos AC, Santos LRM, Nascimento SSM. Repercussão e benefícios da mobilização precoce em pacientes críticos restritos ao leito. Revista JRG. 2021;4(8):59-66. https://doi.org/10.5281/zenodo.4568404
(30) Dannette AM, Teresa Panchisin, Maureen A. Seckel; Reducing Use of Restraints in Intensive Care Units: A Quality Improvement Project. Crit Care Nurse. 2018;38(4):e8–e16. https://doi.org/10.4037/ccn2018211
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Aline Gonçalves Machado, Tássia Nery Faustino, Douglas de Souza e Silva, Nabila Monalisa Mendes Dantas Sales, Rosana Freitas Azevedo, Mayara dos Santos Batista

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.