Aplicação do modelo de instrução entre pares em ambulatório de Infectologia: um relato de experiência

Autores

  • Luís Guilherme Parreira Peluso Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0167-4379
  • Luís Felipe Parreira Peluso Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0009-0001-8375-3029
  • Amadeu Claudino do Amaral Neto Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0009-0004-0041-7225
  • Marcos de Assis Moura Universidade Federal de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. Faculdade Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0641-504X
  • Nelzair Araújo Vianna Fundação Oswaldo Cruz (Salvador). Bahia, Brasil. Faculdade Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Juiz de Fora). Minas Gerais, Brasil. Medicina Zarns (Salvador). Bahia, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5183-6671

DOI:

https://doi.org/10.17267/2594-7907ijeh.2025.e6136

Palavras-chave:

Educação Médica, Aprendizagem, Aprendizagem por Associação de Pares, Aprendizado Ativo

Resumo

RESUMO | INTRODUÇÃO: O modelo de instrução entre pares (IP) consiste em um método de aprendizagem ativo entre alunos de diferentes ou do mesmo período, supervisionados por um orientador. A literatura é bastante rica no que se refere às vantagens relacionadas ao uso da IP, especialmente nos cursos da saúde, contribuindo, principalmente, para a melhoria nas habilidades de ensino e comunicação. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo relatar uma experiência de aplicação do modelo de instrução entre pares em um ambulatório de Infectologia. MÉTODOS E MATERIAIS: Alunos do 2º ao 12º período de uma Faculdade de Medicina pública estagiaram em um ambulatório de Infectologia organizado de acordo com o modelo de instrução entre pares. Neste estágio, os discentes aprendem a solucionar problemas práticos além de buscar o conhecimento médico de forma independente. Inicialmente, o aluno ingressa como um aluno tutorado acompanhando as consultas e participando das discussões e, à medida que adquire conhecimento e prática, torna-se um aluno tutor, agora já responsável por um aluno tutorado, concluindo, assim, uma etapa do processo ativo de aprendizagem. Ao final, os estagiários adquirem novas competências e habilidades, de modo a tornarem-se mais autônomos em relação ao atendimento médico humanizado. DISCUSSÃO: Este modelo de ensino ativo foi capaz de promover o desenvolvimento de habilidades sociais, a comunicação e a autonomia do estudante, além de melhorar significativamente a aprendizagem e a retenção do conteúdo. Os alunos são estimulados por seus pares a adquirirem conhecimentos, no caso dos alunos tutores, relembrarem os conhecimentos do ciclo básico e dos alunos tutorados, aprenderem mais sobre a clínica e as questões sociais envolvidas no processo. CONCLUSÃO: Foi observado que o modelo de instrução entre pares é uma metodologia que fomenta o conhecimento entre os alunos e os professores, através da inserção direta dos alunos não só na prática médica, como também em um ambiente acolhedor e multiprofissional.

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Publicado

10.07.2025

Edição

Seção

Relatos de Experiência

Como Citar

1.
Peluso LGP, Peluso LFP, do Amaral Neto AC, Moura M de A, Vianna NA. Aplicação do modelo de instrução entre pares em ambulatório de Infectologia: um relato de experiência. Intern J Educ H [Internet]. 10º de julho de 2025 [citado 5º de dezembro de 2025];9:e6136. Disponível em: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/educacao/article/view/6136