Percepções de sobrecarga e desinteresse dos alunos: as faces do estresse docente em escola pública
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2025.e5922Palavras-chave:
Estresse, Trabalho Docente, Escolas PúblicasResumo
OBJETIVO: O presente trabalho teve por objetivo analisar a percepção de estressores psicossociais em sua relação com alguns aspectos das condições laborais (vínculo empregatício, carga horária em sala de aula e número de alunos por turma), junto a professores de uma escola pública da rede estadual sul-mineira. MÉTODO: Participaram do estudo 35 docentes, os quais responderam à Escala para Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto Laboral e a um formulário sociodemográfico, sendo que junto a onze destes foram realizadas, adicionalmente, entrevistas. Estatísticas descritivas, testes t, ANOVA e análises de correlação foram aplicados aos dados quantitativos e as entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que docentes com vínculo efetivo, em comparação aos contratados, percebiam maior sobrecarga de papéis e conflito trabalho-família, a atuação em mais de uma escola se associou às percepções de conflito trabalho-família e à falta de autonomia e o número de alunos por turma se mostrou correlacionado à percepção de conflito e à ambiguidade de papéis; cabendo destacar que a carga horária em sala de aula foi a variável que se mostrou correlacionada à percepção do maior número de estressores. As narrativas corroboraram em grande parte tais resultados, fortalecendo as conclusões quanto à sobrecarga como fator de mal-estar no trabalho e acrescentaram a problemática do desinteresse dos alunos como estressora pela deterioração da qualidade nas relações e pela frustração de expectativas na atuação profissional. CONCLUSÃO: Destaca-se a contribuição dos achados para problematizar as consequências do trabalho precário na docência de educação básica.
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