Percepções das psicólogas (os) atuantes na Atenção Básica frente à gravidez na adolescência: um olhar sobre gênero, raça e interseccionalidades
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2024.e5707Palavras-chave:
Maternidade, Psicologia, Interseccionalidade, Gravidez na Adolescência, Atenção BásicaResumo
INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência é compreendida como um dos grandes desafios para a saúde pública brasileira, pois se configura como um fenômeno social multifacetado, que entende as questões relacionadas à saúde diretamente associadas aos aspectos sociais, econômicos, de gênero e de raça. Nesse contexto, caracteriza-se a Atenção Básica como um dos locais em que profissionais de saúde estão em contato regular com as menores gestantes e no qual os profissionais de Psicologia podem ser incluídos em muitas equipes. OBJETIVO: Esta pesquisa tem como objetivo compreender as percepções das (os) psicólogas (os), no contexto da Atenção Básica, na cidade de Salvador, em relação às adolescentes grávidas, a partir dos aspectos de gênero, raça e interseccionalidades. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, fundamentado na abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu com 08 psicólogas que realizavam atendimento a adolescentes grávidas no contexto da Atenção Básica. RESULTADOS: Os resultados indicaram que grande parte desses profissionais consegue identificar um perfil populacional em seus atendimentos, em relação aos determinantes de gênero e raça, contudo, percebeu-se uma dificuldade em reconhecer, especialmente, o quesito raça, como um fator determinante no processo saúde-doença-cuidado.
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