Jovens diante da morte: experiências de sobreviventes de acidentes de trânsito e tentativas de homicídios
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2023.e5143Palavras-chave:
Jovens, Atitude Frente à Morte, Acidentes de trânsito, Homicídio, Psicologia da SaúdeResumo
INTRODUÇÃO: Ainda hoje, a morte é um tema tabu, fortemente associado ao envelhecimento. Contudo, é preocupante o número de jovens que se envolvem em situações inesperadas, como os acidentes de trânsito e as tentativas de homicídio, levando-os a se depararem com sua finitude. OBJETIVO: compreender e analisar a experiência de jovens sobreviventes de acidentes de trânsito e tentativas de homicídios. MÉTODO: Foram realizadas entrevistas narrativas com oito jovens, com idade entre 19 e 29 anos, que residem no estado de Mato Grosso do Sul e que se sobreviveram a acidentes de trânsito ou tentativas de homicídio. As entrevistas foram orientadas por um roteiro semiestruturado e foram analisadas na perspectiva da Análise de Conteúdo. RESULTADOS: O discurso dos jovens entrevistados aponta para as implicações existenciais das mudanças impostas pelas intercorrências, sobretudo a partir dos impactos que elas causaram, alterando tanto suas rotinas como também a forma como pensavam e viviam. Além disso, essa experiência também trouxe implicações na percepção da imagem corporal, além de mudanças em outros âmbitos da vida dos entrevistados, como o trabalho, os estudos, bem como as relações familiares e de amizade, que também foram afetadas. CONCLUSÃO: Faz-se necessária uma maior compreensão dessas experiências, com o intuito de contribuir com elaboração de estratégias em saúde para ajudar esses jovens a lidarem com as consequências das ocorrências que, muitas vezes, são graves e permanentes.
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