A clínica psicanalítica no século XXI: de que humano se trata?
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v7i1.1832Palavras-chave:
Contemporaneidade, Clínica Psicanalítica, Desamparo, Vulnerabilidade.Resumo
A partir de relatos do cotidiano, este trabalho reflete sobre fenômenos que se apresentam na contemporaneidade com características de explícito e sobre o alcance da clínica psicanalítica, tanto no que diz respeito às queixas e demandas que se apresentam de formas diversificadas e com roupagens inusitadas, quanto às estratégias de abordagem que devem ser estabelecidas ao longo do processo analítico. As inquietações diante destes fenômenos provocam questionamentos por parte de psicanalistas, filósofos, antropólogos, psiquiatras, entre outros, em relação às mudanças ocorridas no mundo contemporâneo e a aposta na construção de uma nova clínica que responda aos novos modos sintomáticos a partir de uma nova ética. Considerando o diálogo entre a psicanálise e vários outros campos de saber, este ensaio teórico estabelece uma tessitura entre a contemporaneidade, a clínica psicanalítica e a noção de humano, destacando os dois principais sentidos do conceito de vulnerabilidade, a saber, a vulnerabilidade social e a vulnerabilidade existencial, esta última diretamente relacionada à condição de desamparo, condição primeira e fundamental para a constituição do ser falante.