A (DE)PRESSÃO E A CONTEMPORANEIDADE: NOTAS SOBRE O SINTOMA SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v5i2.1046Palavras-chave:
Depressão, sintoma social, psicanálise, contemporaneidadeResumo
Na contemporaneidade, o predomínio de determinadas sintomatologias e formas de subjetivação podem estar intrinsecamente relacionadas com as características da cultura atual. O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre a depressão como sintoma social na contemporaneidade. Realizou-se um estudo teórico a partir da revisão de literatura com base em artigos e livros que tratam do tema em questão. Percebeu-se que a contemporaneidade se caracteriza por uma sociedade espetacular e narcísica, produtora de (de) pressões e solicitações por uma busca de gozo sem limites e satisfação a todo custo, o que tem se tornado árduo demais para os sujeitos. Nesse contexto, a depressão surge como um mal-estar que expressa o desacordo e o vazio de não corresponder aos ideais da cultura atual. A literatura consultada aponta ainda que o termo depressão tem sido usado como um significante para nomear diversos sentimentos, a exemplo da tristeza que tem sido aventada como sinônimo de depressão. Ao lado disso, foi possível reconhecer que a maioria dos casos diagnosticados como “depressão” nos dispositivos de saúde mental são tratados pela via da medicalização que, por vezes, considera prioritariamente o sintoma em detrimento do sujeito. Assim, concluiu-se que a escuta clínica, especificamente a psicanalítica, surge como uma alternativa à medicalização, a singularidade do sujeito no lugar do enfoque na patologia.