Análise do papel da raça/cor da pele no prognóstico do câncer de cavidade oral e orofaringe
DOI:
https://doi.org/10.17267/2596-3368dentistry.v9i2.1887Palavras-chave:
Saúde Bucal, Neoplasias Bucais, Prognóstico, Registros Hospitalares, Saúde Pública.Resumo
Introdução: Os cânceres da cavidade oral são as neoplasias mais frequentes de cabeça e pescoço, seu prognóstico favorável depende do diagnóstico precoce e início do tratamento, entretanto, a maioria dos casos é detectada em estágio avançado, em indivíduos de baixa renda e idade produtiva. Objetivo: avaliar associação entre raça/cor da pele e estado do câncer ao final do primeiro tratamento em indivíduos com câncer da cavidade oral e orofaringe atendidos em hospitais da Bahia, entre 2010-2012. Métodos: Realizou-se uma coorte retrospectiva, analisando informações do Sistema de Informatização de Registros Hospitalares de Câncer, em agosto de 2014. O estado da doença ao final do primeiro tratamento foi definido como prognóstico bom ou ruim. A variável raça/cor da pele foi dicotomizada em negro ou não-negro. Assim, procedeu-se a análise descritiva, bivariada e estratificada dos dados. Resultados: Encontrou-se 943 casos de câncer da cavidade oral e orofaringe, destes 83,0% apresentavam raça/cor da pele negra. Obtiveram resultados estatisticamente significantes em relação ao prognóstico ruim o hábito de fumar (RR: 1,6; IC95%: 1,3 – 2,0), consumo de bebida alcóolica (RR: 1,4; IC95%: 1,1 – 1,7) e estadiamento do tumor (RR: 2,6; IC95%: 1,8 – 3,7). A raça/cor da pele não demonstrou associação estatisticamente significante com o prognóstico deste câncer (RR: 1,1; IC95%: 0,8 – 1,4). Conclusão: Em indivíduos com câncer na cavidade oral e orofaringe no estado da Bahia a raça/cor da pele não demonstrou associação estatisticamente significante com o prognóstico do câncer bucal.