Violência sexual na universidade: experiências e práticas de profissionais da Psicologia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e4195

Palavras-chave:

Violência contra as Mulheres, Violência Sexual, Universidade, Psicologia Social

Resumo

INTRODUÇÃO: Neste estudo, tivemos como objetivo conhecer as experiências, as concepções de violência e as práticas de cuidado de profissionais da Psicologia diante de casos de violência sexual na universidade. Além disso, analisamos as ações realizadas pela universidade no que se refere ao enfrentamento da violência contra as mulheres neste espaço. MÉTODO: Com base em um delineamento qualitativo, foram utilizadas como técnicas de construção das informações entrevistas semiestruturadas, notas de diário de campo e a técnica de Associação Livre de Palavras. RESULTADOS: Para a discussão dos resultados, privilegiamos as visões da Psicologia Social Crítica e dos estudos feministas. O conjunto de dados foi organizado e interpretado segundo a análise temática. A violência tem se apresentado de diversas formas dentro do ambiente universitário, sendo as estudantes as mais vulneráveis. Os profissionais da Psicologia apresentam dificuldades perante os casos a serem atendidos, uma vez que não há um posicionamento institucional que norteie a atuação em um contexto de ensino superior. CONCLUSÃO: Concluímos que as universidades devem criar políticas públicas específicas para atender violências contra as mulheres e a violência de gênero deve ser uma questão central e transversal nos currículos. É fundamental criar espaços de cuidado a quem sofre violência neste contexto, como grupos de psicoterapia feminista e rodas de conversas regulares.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Agência Patrícia Galvão. (2016). Pesquisa Violência Sexual: Percepções e comportamentos sobre violência sexual no Brasil. [Investigación sobre violencia sexual: percepciones y comportamientos sobre la violencia sexual en Brasil]. https://assets-institucional-ipg.sfo2.cdn.digitaloceanspaces.com/2016/12/Pesquisa_ViolenciaSexual_2016.pdf.

Aguilar, C. R., Olea, M. J. A., Alcatud, P. M., & Roldán, S. M. (2009). Violencia de género en el ámbito universitario. Medidas para su superación. Pedagogía Social. Revista Interuniversitaria, (16), 85-94.

Almeida, T. M. C. (2017). Violências contra mulheres nos espaços universitários. [Violencia contra las mujeres en los espacios universitários]. In: C. Stevens, S. Oliveira, V. Zanello, E. Silva, & C. Portella. (Orgs.). Mulheres e violências: interseccionalidades. (pp. 384-399). Technopolitik.

Arendt, H. (1994). Sobre a violência. [Sobre la violencia]. Relume Dumará. [Texto originalmente publicado en 1970].

Azambuja, M. P. R, & Nogueira, C. (2009). Potencialidades investigativas para a violência de gênero: utilização da análise de discurso. [Potencialidades investigativas de la violencia de género: uso del análisis del discurso]. Ciênc. saúde coletiva, 14(5), 1721-1730. https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000500013

Bandeira, L. M. (2014). Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. [Violencia de género: la construcción de un campo teórico e investigativo]. Soc. estado, 29(2), 449-469. https://doi.org/10.1590/S0102-69922014000200008

Bandeira, L. M. (2017). Trotes, assédios e violência sexual nos campi universitários no Brasil. [Novatadas, acoso y violencia sexual en los campus universitarios de Brasil]. Revista Gênero, 17(2), 49-79. https://doi.org/10.22409/rg.v17i2.942

Bellini, D. M. G. (2018). Violência contra mulheres nas Universidades: contribuições da produção científica para sua superação (Scielo e Web of Science 2016 e 2017). [Violencia contra la mujer en las universidades: aportes de la producción científica para superarla]. [Disertación de maestría, Centro De Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos]. Repositório Institucional UFSCAR. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/9942?show=full

Bernard, H. R. (1994). Research methods in anthropology: qualitative and quantitative approaches. [Métodos de investigación en antropología: enfoques cualitativos y cuantitativos]. (2ª ed). AltaMira Press.

Conselho Federal de Psicologia. (2012). Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em situação de Violência. [Referencias técnicas para el papel de las psicólogas en los programas de atención a la mujer en situación de violência]. http://crepop.pol.org.br/wp-content/uploads/2013/05/2013-05-02b-MULHER.pdf.

Gaskell, G. (2002). Entrevistas individuais e grupais. [Entrevistas individuales y grupales]. In: M. W. Bauer, M. W.; & G. Gaskell. (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. (pp. 64-89). (2ª ed). Vozes.

Gender Studies Institute. (2010). Gender based violence: a study of three universities in Afghanistan. [Violencia de género: un estudio de tres universidades en Afganistán]. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000189969.

Gomes, R. (2009). Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. [Análisis e interpretación de datos de investigación cualitativa]. In: M. C. S. Minayo, S. F. Deslandes, & R. Gomes. (Orgs.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. (pp. 79-108). (28ª ed). Vozes.

González-Rey, F. L. (1997). Epistemología cualitativa: sus implicaciones metodológicas. Psicologia Revista, 5, 13-32.

González-Rey, F. L. (2009). Epistemologia y Ontologia: un debate necesario para la psicologia hoy. Diversitas, 5(2), 205-224. http://www.scielo.org.co/pdf/dpp/v5n2/v5n2a02.pdf

Goulart, M. C. V., Coelho, M. T. A. D, & Pontes, S. A. (2013). Considerações sobre a violência na universidade. [Consideraciones sobre la violencia en la universidad]. In: Anais do VII Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade. http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15768.

Hernández, S. I. T. (2015). Violencia de género en las universidades o la necesidad de uma intervención educativa. International Journal of Developmental and Educational Psychology, 1(1), 531-544. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2015.n1.v1.46

Holly, M. L., & Altrichter, H. (2015). Diários de pesquisa. [Diarios de investigación]. In: B. Somekk, & C. Lewin. (Orgs.). Teoria e métodos de pesquisa social. (pp. 79-89). Vozes.

Howarth, C. (2006). A social representation is not a quiet thing: exploring the critical potential of social representations theory. [Una representación social no es una cosa tranquila: explorar el potencial crítico de la teoría de las representaciones sociales]. British Journal of social psychology, 45(1), 65-86. https://doi.org/10.1348/014466605X43777

Hudelson, P. (1994). Qualitative Research for health programmes. [Investigación cualitativa para programas de salud]. Division of Mental Health, World Health Association (WHO).https://apps.who.int/iris/handle/10665/62315.

Jovchelovitch, S. (2008). Contextos do saber. Representações, comunidade e cultura. [Contextos de conocimiento. Representaciones, comunidad y cultura]. Vozes.

Katz, H. (2006). Global surveys or multi-national surveys? On sampling for global surveys. [¿Encuestas globales o encuestas multinacionales? Sobre el muestreo para encuestas mundiales]. In: Thoughts for the Globalization and Social Science Data Workshop UCSB.

Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 (2006). Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências [Crea mecanismos para frenar la violencia doméstica y familiar contra la mujer, en los términos del § 8 del art. 226 de la Constitución Federal, la Convención sobre la Eliminación de Todas las Formas de Discriminación contra la Mujer y la Convención Interamericana para Prevenir, Sancionar y Erradicar la Violencia contra la Mujer; prevé la creación de Juzgados de Violencia Doméstica y Familiar contra la Mujer; reforma el Código Procesal Penal, el Código Penal y la Ley de Ejecución Penal; y toma otras medidas]. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009 (2009). Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição Federal e revoga a Lei no 2.252, de 1o de julho de 1954, que trata de corrupção de menores [Modifica el Título VI de la Parte Especial del Decreto-Ley N° 2.848, de 7 de diciembre de 1940 - Código Penal, y el art. 1 de la Ley N° 8.072, de 25 de julio de 1990, que prevé los delitos atroces, en los términos del inciso XLIII del art. 5 de la Constitución Federal y deroga la Ley N° 2.252, de 1 de julio de 1954, que trata de la corrupción de menores]. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm.

Lewin, C. (2015). Compreensão e descrição de dados quantitativos. [Comprensión y descripción de datos cuantitativos.] In: B. Somekh, & C. Lewin. (Orgs.). Teoria e métodos de pesquisa social. (pp. 287-299). Vozes.

Maito, D. C., Panúncio-Pinto, M. P., Severi, F. C., & Vieira, E. M. (2019). Construcción de directrices para orientar acciones institucionales en casos de violencia de género en la universidad. Interface, 23, e180653. https://doi.org/10.1590/Interface.180653

Minayo, M. C. S., & Sanches, O. (1993). Quantitativo-Qualitativo: oposição ou complementaridade? [Cuantitativo-cualitativo: ¿oposición o complementariedad?] Cad. Saúde Públ., 9(3), 239-262. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1993000300002

Ministério da Saúde. (2012). Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes: norma técnica. [Prevención y tratamiento de las lesiones derivadas de la violencia sexual contra mujeres y adolescentes: norma técnica]. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pdf.

Moreno-Cubillos, C. L., Sepulveda-Gallego, L. E. & Restrepo-Rendon, L. F. (2013). Prevalencia de violencia y discriminación contra la mujer en la Facultad de Ciencias para la Salud, Universidad de Caldas, Colombia, 2010-2011. Rev. Colomb. Obstet. Ginecol., 64(1), 12-20. https://doi.org/10.18597/rcog.125

Netto, L. A., Moura, M. A. V., Queiroz, A. B. A., Tyrrell M. A. R., & Bravo, M. M. P. (2014). Violência contra a mulher e suas consequências. [La violencia contra la mujer y sus consecuencias]. Acta paul. enferm., 27(5), 458-464. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400075

Neves, D. A. B., Brito, R. C., Códula, A. C. C., Silva, J. T., & Tavares, D. W. S.. (2014). Protocolo verbal e teste de associação livre de palavras: perspectivas de instrumentos de pesquisa introspectiva e projetiva na ciência da informação. [Protocolo verbal y prueba de asociación libre de palabras: perspectivas de instrumentos de investigación introspectiva y proyectiva en ciencias de la información]. Ponto de Acesso, 8(3), 64-79. https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/12917

Pinto, C. R. J. (2010). Feminismo, história e poder. [Feminismo, historia y poder]. Rev. Sociol. Polit., 18(36), 15-23. https://doi.org/10.1590/S0104-44782010000200003

Porto, M. (2017). O enfrentamento da violência no ambiente universitário: uma experiência na Universidade Federal do Acre. [Enfrentando la violencia en el ámbito universitario: una experiencia en la Universidad Federal de Acre]. In: C. Stevens, S. Oliveira, V. Zanello, E. Silva, & C. Portella. (Orgs.). Mulheres e violências: interseccionalidades. (pp. 400-411). Technopolitik.

Rodriguez-Peñaranda, M. L. (2019). Fraternidad y luchas feministas contra el acoso sexual en la Universidad Nacional de Colombia. Nómadas, 51, 49–65. https://doi.org/10.30578/nomadas.n51a3

Rosa, E. M., Coelho, B. I., Oliveira, D. M., Roldi, P. L., & Drago, Á. B. (2007). O estudo da violência pelo método de rede: considerações a respeito do fazer em psicologia social. [El estudio de la violencia a través del método de redes: consideraciones sobre el hacer en psicología social]. In: Rodrigues, M. M. P., & Menandro, P. R. M. (Org.). Lógicas metodológicas: trajetos de pesquisa em psicologia. (pp. 15-38). Gráfica Editora.

Roso, A., Gass, R. L., Orsato, D., Alves, T., & Moraes, M. M.. (2011). Minorias étnicas e representações sociais: notas sobre a entrada do psicólogo social em uma comunidade Quilombola. [Minorías étnicas y representaciones sociales: apuntes sobre el ingreso del psicólogo social a una comunidad quilombola]. Psico, 42(3), 346-353. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/9914

Roso, A., Souza, J. G., Pacheco, M. L. L., & Santos, C. (2020). Trotes na universidade e violências: uma revisão integrativa. [Novatadas en la universidad y violencia: una revisión integradora]. Psicologia Argumento, 39(103), 25–55. https://doi.org/10.7213/psicolargum.39.103.AO02

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. [Género, patriarcado, violência]. Editora Fundação Perseu Abramo.

Salih, S. (2015). Judith Butler e a Teoria Queer. [Judith Butler y la teoría queer]. Autêntica.

Scavone, M. (2015). Violência contra a mulher no ambiente universitário. [La violencia contra la mujer en el ámbito universitário]. Data Popular/Instituto Avon. https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/dados-e-fontes/pesquisa/violencia-contra-a-mulher-no-ambiente-universitario-data-popularinstituto-avon-2015/.

Scherer, Z. A. P., Scherer, E. A., Rossi, P. T., Vedana, K. G. G., & Cavalin, L A. (2015). Manifestação de violência no ambiente universitário: o olhar de acadêmicos de enfermagem. [Manifestación de la violencia en el ámbito universitario: la perspectiva de los estudiantes de enfermería]. Revista Eletrônica de Enfermagem, 17(1), 69-77. https://doi.org/10.5216/ree.v17i1.22983

Simões, M. L. (2013). O surgimento das universidades no mundo e sua importância para o contexto da formação docente. [El surgimiento de las universidades en el mundo y su importancia en el contexto de la formación docente]. Revista Temas em Educação, 22(2), 136-152. https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/17783

Souza, J. G. de, Roso, A. R., & de Souza, A. F. (2022). Violência contra mulheres na universidade: um estudo sobre as produções científicas latino-americanas. [Violencia contra la mujer en la universidad: un estudio sobre las producciones científicas latinoamericanas]. Revista Ártemis, 33(1), 217-240. https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/artemis/article/view/56280

Valls, R., Aguilar, C., Alonso M. J., Colas, P., Fisas, M., Frutos, L., Gómez, J., Padrós, M., Ruiz, L., Torrego, L., Flecha, A., López, L., Melgar, P., Molina, S., & Pulido, M.A. (2009). Violencia de género en las universidades españolas. Memoria Final. 2006-2008. Exp. 50/05. Ministerio de Igualdad. Madrid: Secretaria General de Políticas de Igualdad. Instituto de la mujer.

Vigano, S. M. M. & Laffin, M. H. L. F. (2019). Mulheres, políticas públicas e combate à violência de gênero. [Mujeres, políticas públicas y lucha contra la violencia de gênero]. História, 38, 1-18. https://doi.org/10.1590/1980-4369e2019054

Zotareli, V., Faúndes, A., Osis, M. J. D., Duarte, G. A., & Sousa, M. H. (2012). Violência de gênero e sexual entre alunos de uma universidade brasileira. [Violencia sexual y de género entre estudiantes de una universidad brasileña]. Rev. Bras. Saude Mater. Infant., 12(1), 37-46. https://doi.org/10.1590/S1519-38292012000100004

WHO – World Health Organization. (2002). World report on violence and health. [Informe mundial sobre la violencia y la salud]. https://www.opas.org.br/wp-content/uploads/2015/09/relatorio-mundial-violencia-saude.pdf.

Publicado

28.09.2022

Edição

Seção

Estudos Teóricos

Como Citar

Violência sexual na universidade: experiências e práticas de profissionais da Psicologia. (2022). Revista Psicologia, Diversidade E Saúde, 11, e4195. https://doi.org/10.17267/2317-3394rpds.2022.e4195

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >>